Detalhes do Artigo
Volume Morto em SP: O Que é, Por Que Preocupa e Como Afeta Sua Água
Sistema Cantareira: Crise Hídrica Reacende Alerta em São Paulo
A Região Metropolitana de São Paulo enfrenta novamente a ameaça de uma crise hídrica. O Sistema Cantareira, principal responsável pelo abastecimento da região, registrou, nesta semana, o menor nível de armazenamento dos últimos dez anos, gerando preocupações e reacendendo o debate sobre a gestão da água.
Plano de Contingência: Medidas e Restrições
Diante do cenário crítico, o governo estadual anunciou um plano de contingência para garantir o abastecimento da população. Este plano inclui diversas medidas, que variam de acordo com a gravidade da situação:
- Redução da pressão na rede: Inicialmente, a redução da pressão na rede de distribuição poderá ocorrer por até 10 horas diárias (Faixa 3).
- Uso do "volume morto": Como medida extrema, será considerado o uso do chamado "volume morto", uma reserva técnica localizada abaixo do ponto de captação normal dos reservatórios.
- Rodízio de abastecimento: Em situações mais críticas, poderá ser implementado um rodízio de abastecimento, com interrupções de até 16 horas diárias, e o fornecimento de água por caminhões-pipa.
O plano prevê sete faixas de restrição, com medidas progressivas conforme a escassez se agrava.
Situação Atual do Sistema Cantareira
Atualmente, o Sistema Cantareira opera com pouco mais de 24% do seu volume útil, um percentual considerado crítico pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).
O Que é o "Volume Morto"?
O termo "volume morto" ganhou destaque durante a crise hídrica de 2014-2015. Trata-se de uma reserva de água localizada abaixo do nível normal de captação. Estima-se que essa reserva contenha cerca de 480 bilhões de litros de água. No entanto, o uso do volume morto exige alto custo operacional e pode aumentar o risco de contaminação por sedimentos acumulados no fundo dos reservatórios.
Composição do Sistema Cantareira
O Sistema Cantareira é composto por cinco reservatórios interligados por túneis e canais subterrâneos: Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro. Esses reservatórios são responsáveis por aproximadamente 46% do abastecimento da região metropolitana. O funcionamento do sistema depende do equilíbrio entre chuvas, captação e preservação ambiental.
Causas e Preocupações
Especialistas alertam que o desmatamento nas áreas de recarga e a perda de cobertura vegetal ao redor dos mananciais agravam a situação. As florestas desempenham um papel crucial na regulação do clima, na manutenção da umidade do solo e na redução do impacto das chuvas sobre os reservatórios. A preservação ambiental é fundamental para garantir a sustentabilidade do sistema.
A crise hídrica no Sistema Cantareira representa um desafio complexo, que exige medidas de curto e longo prazo para garantir o abastecimento de água para a população e a sustentabilidade do meio ambiente.