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Paul Biya, 92 anos, Conquista Nova Reeleição em Camarões: O Governante Mais Velho do Mundo
Paul Biya Declarado Vencedor em Camarões: Oitavo Mandato em Meio a Controvérsias
O presidente camarones, Paul Biya, foi declarado vencedor das eleições marcadas por alegações de irregularidades e deve governar a nação da África Central até os 99 anos, caso complete seu oitavo mandato. A notícia, que gerou reações mistas e preocupações, lança luz sobre a longevidade no poder e os desafios enfrentados pelo país.
Resultados e Reações
Biya, de 92 anos, obteve 53,7% dos votos nas eleições realizadas em 12 de outubro. Seu principal rival, Issa Tchiroma Bakary, que renunciou ao gabinete em junho, conquistou 35,2% dos votos, conforme informado por Clement Atangana, presidente do Conselho Constitucional.
A oposição e grupos de direitos civis, que haviam apresentado petições para invalidar as eleições devido a diversas irregularidades (assédio a eleitores, realocação de seções eleitorais e contagem inflada de votos), tiveram seus recursos negados pelo Conselho Constitucional.
Consequências e Tensões
Bakary, que havia declarado vitória antes do anúncio oficial, convocou marchas pacíficas, apesar da proibição de reuniões públicas. Confrontos entre as forças de segurança e seus apoiadores em Douala, a maior cidade de Camarões, resultaram em pelo menos quatro mortes, segundo informações da Agência France-Presse.
Um Líder Longevo e as Preocupações
Paul Biya, o presidente mais velho em exercício no mundo, governa Camarões há 43 anos. Sua idade avançada e as raras aparições públicas geram preocupações sobre sua saúde e o futuro do país.
A Constituição prevê que o presidente do senado assuma interinamente em caso de morte do presidente, com novas eleições a serem organizadas em até 120 dias. A situação é agravada pelo fato de que Marcel Niat Njifenji, de 91 anos, atual presidente do senado, também enfrenta problemas de saúde.
Contexto Político e Social
A eleição foi marcada por controvérsias, com apenas 12 dos 83 candidatos presidenciais autorizados a concorrer, gerando acusações de falta de lisura. Maurice Kamto, líder do principal partido de oposição, foi um dos excluídos.
Biya, que praticamente não fez campanha, prometeu em um comício criar empregos, fomentar o empreendedorismo e reforçar a segurança em um país com altos índices de pobreza e instabilidade. O norte de Camarões sofre com terrorismo e sequestros, enquanto uma guerra separatista nas regiões de língua inglesa já causou milhares de mortes.
O governo de Biya também foi marcado por escândalos de corrupção, sobre os quais o governo permaneceu em silêncio, conforme apontado por Victor Julius Ngoh, professor de história e ciência política.
A posse de Paul Biya está agendada para 6 de novembro, na capital Yaoundé. O futuro de Camarões permanece incerto, com um cenário político complexo e desafios significativos a serem enfrentados.