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Sanções dos EUA Impulsionam Índia no BRICS: Desafio de Tarifas e Defesa do Comércio Global
Índia: Protagonismo no BRICS e as Tensões com os EUA
A Índia, historicamente próxima dos Estados Unidos devido à rivalidade com a China, encontra-se em um momento estratégico no cenário global. Aproveitando as sanções e barreiras comerciais impostas pelo governo americano, o país asiático tem se fortalecido dentro do BRICS, grupo de economias emergentes que busca redefinir a ordem mundial.
Oportunidade na Crise: O BRICS em Ascensão
As políticas protecionistas dos EUA, em vez de enfraquecer a influência chinesa, impulsionaram a posição da Índia no BRICS. Nova Délhi, ciente dessa conjuntura, utilizou a reunião de chanceleres do bloco à margem da Assembleia Geral da ONU para defender o multilateralismo e o respeito ao direito internacional, enviando um recado claro à postura americana.
Críticas Indiretas a Washington
O ministro das Relações Exteriores da Índia, S. Jaishankar, embora sem citar diretamente os EUA, foi incisivo ao criticar o aumento do protecionismo, a volatilidade tarifária e as barreiras comerciais. Ele enfatizou a necessidade de o BRICS fortalecer sua defesa do sistema multilateral, promovendo o diálogo, a diplomacia, a construção da paz e a adesão ao direito internacional.
Sob a presidência indiana, o BRICS priorizará segurança alimentar e energética, mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável, temas que contrastam com a postura americana frente a organizações internacionais e questões globais.
A Expansão do BRICS e a Reação Americana
O BRICS, que iniciou com quatro membros, agora conta com dez países: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Indonésia. Essa expansão, com outros dez países como parceiros e mais dez solicitando adesão, preocupa os EUA, que veem no bloco uma ameaça à sua primazia econômica e ao papel do dólar como moeda de reserva global.
Apesar da Índia não apoiar a desdolarização, os EUA reagiram com ameaças, prometendo tarifas punitivas caso o BRICS avance em alternativas ao dólar. O governo americano demonstra resistência à crescente influência do bloco, sinalizando a intensificação das tensões geopolíticas.
Agenda Paralela: IBSA e Encontros Bilaterais
Paralelamente às reuniões do BRICS, o ministro Jaishankar coordenou o encontro do IBSA (Índia, Brasil e África do Sul), que defendeu reformas no Conselho de Segurança da ONU e discutiu o fortalecimento do comércio entre os membros. Além disso, o chanceler indiano conduziu encontros bilaterais, consolidando a estratégia de diálogo diplomático em meio à crescente pressão externa sobre o bloco.
A Índia, com uma postura estratégica e aproveitando as circunstâncias, solidifica seu papel de liderança no BRICS, desafiando a hegemonia americana e moldando um novo cenário de poder global.