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Rondônia: Empresa é condenada por cortar luz de família com criança autista; fatura de R$ 13 mil anulada
TJ-RO Anula Fatura de R$ 13 Mil e Condena Distribuidora por Abuso
Uma decisão recente do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO) trouxe um importante precedente para casos envolvendo cobranças abusivas e cortes indevidos de energia elétrica. O tribunal anulou uma fatura no valor de R$ 13.292,88 e condenou uma distribuidora de energia, reconhecendo falhas e abuso na sua conduta.
O Caso: Corte de Energia e Cobrança Abusiva
A ação judicial foi movida por uma família que teve o fornecimento de energia cortado após uma inspeção realizada em agosto de 2024 identificar um suposto desvio. A distribuidora, então, aplicou um critério de cálculo considerado abusivo, elevando a cobrança a mais de R$ 13 mil. O que tornou o caso ainda mais sensível foi a presença de uma criança com autismo nível 3, dependente de cuidados intensivos, na residência.
Decisão do Tribunal
A 2ª Câmara Cível do TJ-RO confirmou a sentença da 6ª Vara Cível de Porto Velho, que reconheceu a falha da empresa ao aplicar um critério irregular de cálculo de consumo. O relator, desembargador Alexandre Miguel, destacou que o método utilizado não refletia o consumo real da família e prejudicava diretamente uma criança em situação de vulnerabilidade.
O tribunal determinou que a aferição correta do consumo deveria considerar a média dos três meses posteriores à regularização do medidor, e não os maiores picos de consumo. Além disso, limitou a cobrança retroativa a, no máximo, 12 meses, conforme previsto em normas regulatórias.
Impactos Sociais da Decisão
A decisão do TJ-RO ressalta a importância de proteger famílias em situação de vulnerabilidade. A presença de uma criança com autismo nível 3 foi um fator crucial na análise do caso, evidenciando a necessidade de cautela por parte das concessionárias em situações que envolvem direitos fundamentais. A interrupção do fornecimento de energia em uma residência com uma pessoa em alta vulnerabilidade foi considerada um agravante dos danos morais.
Precedente para Casos Semelhantes
Especialistas acreditam que esta decisão pode servir como referência para outros processos envolvendo cobranças abusivas ou cortes indevidos. O tribunal reforçou que o direito à energia elétrica está diretamente ligado à dignidade da pessoa humana, sendo essencial para assegurar condições básicas de vida.
O processo (nº 7060599-51.2024.8.22.0001) reforça a necessidade de coibir práticas abusivas por parte das empresas, visando evitar desequilíbrios entre consumidores e concessionárias de serviço público.
A condenação da empresa demonstra que os critérios de cobrança não podem ignorar a realidade social dos consumidores, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade.
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Você acredita que as distribuidoras de energia deveriam adotar regras mais rígidas para impedir cortes em residências com pessoas em situação de vulnerabilidade? Compartilhe sua opinião nos comentários! Queremos ouvir sua experiência sobre o tema.