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Petróleo na Foz do Amazonas: Especialista Alerta para Brasil frear produção e rever exploração
Dia Mundial do Petróleo: Reflexões sobre o Futuro Energético do Brasil
Em meio às celebrações do Dia Mundial do Petróleo, comemorado em 29 de setembro, a coordenadora de Políticas Públicas do Observatório do Clima, Suely Araújo, lança um olhar crítico sobre o papel do Brasil na exploração e produção de petróleo, especialmente em um contexto de crise climática global.
Um Dia de Reflexão, Não de Celebração
Suely Araújo destaca que o Dia Mundial do Petróleo deveria ser um momento para reflexão, considerando os impactos da commodity na humanidade. Apesar de trazer riqueza para alguns países, a exploração do petróleo tem consequências negativas significativas.
A Narrativa da Expansão em Tempos de Crise
A especialista critica a narrativa que justifica a expansão da exploração petrolífera, mesmo diante da crise ambiental. Ela lamenta que essa expansão continue a ocorrer da mesma forma que em outros países, ignorando a urgência da situação climática.
Impactos dos Combustíveis Fósseis na Crise Climática
Araújo ressalta que os combustíveis fósseis são os maiores responsáveis pelo aquecimento global. Embora o desmatamento seja um problema importante no Brasil (46% das emissões), a queima de petróleo e gás é o fator de maior peso em escala mundial.
Ela aponta que o Brasil se tornou um importante produtor e exportador de petróleo, o que coloca o país em uma posição de destaque no mercado internacional, mas em contradição com os compromissos de combate à crise climática. Essa situação é vista como problemática pela coordenadora.
Questionamento sobre a Exploração na Foz do Amazonas
Suely Araújo questiona o projeto de exploração na Foz do Amazonas, considerando-o equivocado. Ela argumenta que, se o Brasil já exporta mais da metade do que produz, não há necessidade de novas reservas no momento.
Além disso, a ex-presidente do Ibama (2016-2018) destaca a complexidade ambiental da região e os riscos de acidentes, que ainda não possuem soluções definitivas.
O Mito dos Royalties e as Comunidades
Araújo alerta sobre a expectativa de retorno financeiro imediato através dos royalties. Ela explica que, em geral, o retorno financeiro leva cerca de uma década, e os problemas sociais na região já existem.
A Solução: Transição Energética Justa
A especialista defende a transição energética justa como solução. O Brasil precisa investir em fontes renováveis, como eólica e solar, garantindo ao mesmo tempo o cuidado socioambiental.
A opção não pode ser continuar com combustíveis fósseis, ela afirma. A solução reside no abandono progressivo dos fósseis, com um cronograma de descarbonização, sem necessariamente parar a produção de petróleo de imediato.