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Galípolo no Senado: Acordo de Campos Neto com o Banco Central sob Escrutínio (R$ 300 Mil)
Galípolo e Saadi Depõem no Senado: Acordo do BC e Contas Bolsão em Foco
Nesta terça-feira, o cenário político e financeiro brasileiro estará sob os holofotes com a participação de figuras-chave em audiências no Senado. O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, e o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Ricardo Saadi, foram convocados para prestar esclarecimentos em áreas cruciais.
Acordo do BC com Roberto Campos Neto
Galípolo enfrentará questionamentos na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) sobre um acordo firmado pelo BC com Roberto Campos Neto, ex-presidente da instituição. O acordo visa encerrar um processo administrativo que investigava falhas no acompanhamento de operações de câmbio durante o período em que Campos Neto era executivo do Banco Santander.
O termo de compromisso, selado em junho deste ano, resultou no pagamento de R$ 300 mil por Campos Neto ao BC. Vale ressaltar que, em situações como essa, o acordo impede a continuidade da prática investigada e, em alguns casos, exige a indenização por prejuízos e a correção de irregularidades. O Banco Santander, em nota, enfatizou que o acordo visava o aprimoramento de controles internos e não implicava reconhecimento de infração.
Contas Bolsão e o Papel do Coaf
Simultaneamente, o presidente do Coaf, Ricardo Saadi, será interpelado sobre o uso das chamadas “contas bolsão” pelas fintechs. Este tema levanta preocupações significativas no combate à lavagem de dinheiro e atividades ilícitas.
As contas bolsão, abertas por fintechs em instituições financeiras maiores, concentram recursos de diversos clientes sem distinção. A irregularidade ocorre quando essas contas são utilizadas para oferecer serviços financeiros sem a devida autorização legal, com o objetivo de ocultar valores e os verdadeiros beneficiários das transações. Essa prática dificulta o rastreamento de movimentações financeiras e a aplicação de medidas de controle.
Reportagens recentes revelaram a utilização de contas bolsão por facções criminosas para movimentar recursos ilícitos. A Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto, desarticulou um esquema bilionário no setor de combustíveis que empregava fundos de investimentos e fintechs para lavar dinheiro e ocultar patrimônio.
Próximos Passos
A audiência no Senado promete ser um momento crucial para o esclarecimento de questões importantes no cenário financeiro brasileiro. As explicações de Galípolo e Saadi serão fundamentais para entender as medidas adotadas pelo BC e pelo Coaf na gestão de riscos e no combate a práticas ilícitas.