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Exército Busca Defesa Antiaérea Mesmo Sem Verba: Entenda os Planos
Exército Brasileiro Busca Modernização e Enfrenta Desafios Financeiros
Enquanto o Exército Brasileiro inicia o plano de modernização de sua tropa, conhecido como Força 40, a busca por recursos e a garantia de previsibilidade financeira são temas centrais. Representantes das Forças Armadas e o ministro da Defesa, José Múcio, atuam para convencer senadores da importância de assegurar investimentos no setor, especialmente em um contexto de aumento de gastos militares global.
Aquisição de Sistema Antiaéreo Inédito
Um dos principais projetos em andamento é a aquisição de um sistema de defesa antiaéreo inédito no país, que será instalado em Jundiaí, São Paulo. A solenidade que marcou o início desse processo ocorreu em 15 de julho na base militar local, que foi renomeada de 12º Grupo de Artilharia Antiaérea.
A diretriz de implantação do sistema antiaéreo, publicada em julho, ressalta que o sucesso do projeto depende da disponibilidade orçamentária anual. O Exército tem destacado a necessidade de "convencer o nível político" para garantir os recursos necessários, uma vez que um terço dos 72 projetos estratégicos da instituição ainda não foi iniciado por falta de verba.
Jundiaí: Base Estratégica
A escolha de Jundiaí para sediar o sistema antiaéreo foi estratégica, considerando a proximidade com importantes portos, como Santos e Rio de Janeiro, e com grandes rodovias, facilitando o deslocamento dos equipamentos. As próximas etapas incluem a readequação das instalações, com um orçamento de R$ 200 mil previsto para obras entre 2025 e 2026. Não haverá mudanças no efetivo, e alguns equipamentos serão transportados de outras unidades militares.
A ausência de armamentos de médio alcance foi classificada como de "natureza emergencial" pelo Exército. Atualmente, o Brasil possui apenas sistemas de baixo alcance, limitando a capacidade de defesa contra ameaças aéreas.
Desafios e Críticas
O professor Augusto Teixeira, especialista em temas militares da UFPB, critica a concentração dos esforços em um único local, defendendo a necessidade de desdobrar os meios de defesa pelo território para garantir uma pronta resposta em caso de ataque. Ele destaca a falta de recursos como um dos principais obstáculos.
Busca por Recursos e Debate no Senado
O Exército, ciente da escassez de recursos, está em busca de alternativas financeiras. O Senado aprovou uma proposta que cria uma exceção ao arcabouço fiscal, garantindo R$ 30 bilhões para projetos estratégicos das Forças Armadas nos próximos seis anos. O projeto segue agora para a Câmara.
Apesar do apoio de políticos de diferentes espectros, o projeto também enfrenta críticas, como a do senador Rogério Marinho (PL-RN), que aponta para a multiplicação de exceções fiscais.
Negociações e Investimentos
A demanda por equipamentos de defesa antiaérea aumentou globalmente, impulsionada pela guerra na Ucrânia. O Brasil está negociando com a Itália a aquisição dos armamentos que comporão o sistema, após desistir de um acordo com a Índia. O investimento total é estimado em R$ 5 bilhões.
Ministro da Defesa e a Garantia de Recursos
Em busca de garantir recursos para as Forças Armadas, o ministro José Múcio tem se dedicado a convencer o Senado da importância de assegurar investimentos. Em audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, defendeu a criação de dispositivos que garantam patamares mínimos de recursos para a área.
A discussão envolve uma PEC que visa destinar 2% do PIB ao Ministério da Defesa, proposta pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ). Múcio, no entanto, sinalizou que o valor ideal estaria associado à Receita Corrente Líquida, sugerindo um aumento gradual ao longo dos anos para garantir o financiamento das Forças Armadas.