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Energia Solar com Baterias no Brasil: Crescimento Forte, Desafios Persistentes (Preço, Juros e Incertezas)

Publicada em: 01-10-2025 Autor: Yuri Kiluanji

Geração Distribuída com Baterias no Brasil: Desafios e Perspectivas

O setor de geração distribuída com baterias no Brasil, impulsionado pela energia solar, enfrenta um cenário de crescimento ambíguo, conforme revela um estudo da consultoria Greener divulgado pela agência Eixos em 30 de setembro de 2025. Apesar do avanço tecnológico e da crescente oferta de sistemas híbridos, barreiras como preços elevados, taxas de juros altas e incertezas econômicas limitam a expansão do mercado.

Crescimento da Oferta, Mas Nem Tanto das Vendas

Nos primeiros sete meses de 2025, o Brasil adicionou 2,9 gigawatts (GW) de capacidade em geração distribuída, atingindo um total de 41 GW instalados. A oferta de sistemas híbridos com baterias aumentou significativamente, com 71% dos integradores oferecendo essa solução, contra 65% no mesmo período de 2024. No entanto, apenas 2% das vendas efetivas envolveram sistemas com armazenamento de energia, e mais da metade dos integradores que oferecem baterias ainda não realizaram nenhuma venda.

O relatório da Greener destaca que a principal barreira é o custo elevado dos equipamentos de armazenamento, que compromete a rentabilidade do investimento em comparação com sistemas convencionais.

Obstáculos ao Crescimento

Os principais desafios identificados pela Greener para os integradores no primeiro semestre de 2025 foram:

  • Concorrência com preços baixos: 65% dos integradores apontaram que os preços agressivos dificultam a competitividade.
  • Taxas de juros elevadas: 58% mencionaram o custo do financiamento como um fator que afasta potenciais clientes.
  • Dificuldade na aprovação de crédito: 49% relataram entraves na liberação de financiamentos pelos bancos.

Esses fatores contribuíram para uma queda de 46% no volume médio mensal de orçamentos em relação ao mesmo período de 2024. A situação econômica adversa, a inflação e a instabilidade política tornam o consumidor mais cauteloso.

Impacto da Importação e Mudanças no Perfil do Consumidor

O aumento das taxas de importação de células fotovoltaicas, de 9,6% para 25%, também impactou o setor, levando a uma corrida por importações no primeiro trimestre de 2025, seguida por uma queda de 38% no segundo trimestre.

Apesar dos desafios, o segmento residencial apresentou crescimento, com 57% da potência instalada em geração distribuída destinada a residências em 2025. Por outro lado, os consumidores comerciais e rurais reduziram sua participação.

Energia Solar e Baterias: Uma Combinação Estratégica

A combinação entre energia solar e baterias representa um avanço importante na busca por maior eficiência energética e menor dependência da rede elétrica convencional. Os sistemas híbridos permitem que o consumidor utilize a energia gerada mesmo quando não há sol, aumentando a autonomia e a segurança energética.

No entanto, o alto custo das baterias ainda é um entrave. A redução dos preços depende de incentivos fiscais, aumento da escala de produção e avanços tecnológicos.

Estatísticas Relevantes da Greener

  • 2,9 GW adicionados em geração distribuída nos primeiros sete meses de 2025.
  • 41 GW de capacidade total instalada no país.
  • 71% dos integradores oferecem sistemas com baterias.
  • Apenas 2% das vendas envolvem sistemas híbridos.
  • Queda de 46% nos orçamentos mensais em relação a 2024.
  • 57% da potência instalada foi destinada a residências.

Oportunidades e Caminhos para o Futuro

A pesquisa da Greener evidencia que o mercado de geração distribuída com baterias está em expansão, mas enfrenta obstáculos significativos. Para que o Brasil aproveite todo o potencial dessa tecnologia, será necessário investir em políticas públicas, incentivos fiscais e soluções financeiras que tornem os sistemas híbridos mais acessíveis.

Com planejamento e apoio institucional, a geração distribuída com baterias pode se tornar um pilar da matriz energética brasileira, promovendo sustentabilidade, autonomia e inovação.