COP30 em Xeque: Exploração de Petróleo na Amazônia Gera Críticas e Impacta a Percepção Online
Um recente levantamento da Quaest lança luz sobre as crescentes preocupações em torno da COP30, o principal evento da ONU sobre mudanças climáticas que será realizado em Belém. A pesquisa revela que a autorização para exploração de petróleo na Margem Equatorial da Amazônia está minando a confiança dos internautas no evento, gerando um debate acalorado sobre a coerência entre o discurso ambiental e as práticas políticas.
Queda na Confiança e Críticas Crescentes
A sondagem, conduzida entre 15 e 21 de outubro, evidenciou um aumento nas menções negativas à COP30, que saltaram de 28% para 31%. Paralelamente, as postagens positivas diminuíram de 26% para 22%, indicando uma piora na percepção sobre o evento. A diretora de Sustentabilidade da Quaest, Marina Siqueira, ressalta que essa mudança interrompe a tendência de crescimento do sentimento positivo observado nas semanas anteriores.
As críticas partem de ambientalistas, técnicos, acadêmicos e da sociedade em geral, que questionam a compatibilidade entre os objetivos da COP30 e a agenda ambiental interna, especialmente após o voto ao veto presidencial à Lei Geral do Licenciamento Ambiental e a autorização do Ibama para a Petrobras explorar petróleo na Foz do Amazonas.
Transição Energética em Destaque e Debate Polarizado
O estudo da Quaest destaca que o tema da transição energética foi o mais proeminente nas discussões online. A busca por soluções de energia limpa e renovável, em substituição aos combustíveis fósseis, gerou um debate polarizado. De um lado, há críticas às matrizes energéticas não renováveis e, de outro, temores de um possível colapso socioeconômico caso o petróleo seja abandonado abruptamente.
As menções positivas à COP30 abordam iniciativas de descarbonização e avanços tecnológicos em energias limpas, como carros elétricos. Em contrapartida, as menções negativas enfatizam os impactos catastróficos do uso contínuo de combustíveis fósseis e a demora na implementação de uma agenda global eficaz para a descarbonização.
Financiamento Climático e Desigualdades
O financiamento climático, um dos temas prioritários da COP30, também esteve em foco. Foram destacadas articulações internacionais, como a reunião entre os ministros da Fazenda do Brasil e da China, e as discussões no âmbito dos BRICS sobre aportes financeiros para ações climáticas. A criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) também foi vista como uma iniciativa promissora.
As críticas se concentraram nas desigualdades econômicas que dificultam o avanço do financiamento climático e na ausência dos Estados Unidos em acordos multilaterais.
Conclusão
O levantamento da Quaest demonstra que a autorização para exploração de petróleo na Amazônia está gerando um impacto negativo na percepção da COP30. A coerência entre as ações políticas e o discurso ambiental, juntamente com o avanço da transição energética e o financiamento climático, serão cruciais para o sucesso do evento e para a construção de um futuro sustentável.