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Acordo Climático: Empresas Americanas Persistem em Ações Climáticas Apesar de Trump
Empresas Americanas Ignoram Descontentamento Político e Reforçam Compromisso Climático na COP30
BELÉM, BRASIL (Reuters) - Apesar das tensões políticas e do descontentamento do governo dos EUA em relação à agenda climática global, as empresas norte-americanas demonstram resiliência e um firme compromisso com a sustentabilidade. A COP30, realizada no Brasil, serviu como palco para essa demonstração de força, com um número crescente de empresas da Fortune 100 participando ativamente do evento.
Presença Marcante e Crescente
Uma análise da Reuters revelou um aumento significativo na participação das empresas americanas na COP30. Cerca de 60 representantes de empresas da Fortune 100 estiveram presentes no evento, em comparação com 50 no ano anterior, realizado em Baku, Azerbaijão. Além disso, várias empresas participaram de eventos pré-conferência em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Empresas de tecnologia como Microsoft e Google, a empresa de energia Occidental Petroleum, a fabricante de automóveis General Motors e o Citigroup estavam entre os participantes listados na lista provisória da ONU. Essa presença demonstra a importância que as empresas americanas atribuem à agenda climática, independentemente das posições políticas do governo.
Motivações e Perspectivas
A participação ativa das empresas americanas na COP30 reflete uma visão de longo prazo e uma compreensão clara dos benefícios da sustentabilidade para os negócios. Jim Andrew, diretor de Sustentabilidade da PepsiCo, destacou que a sustentabilidade é vista como uma estratégia essencial para a segurança do abastecimento e o sucesso dos agricultores, que dependem de condições climáticas favoráveis.
Executivos de diversas empresas reconhecem a crescente preocupação com os custos crescentes de eventos climáticos extremos, o que reforça a necessidade de respostas políticas eficazes. A transição para uma economia de baixo carbono é vista como uma oportunidade de investimento e inovação, com potencial para impulsionar o crescimento econômico e criar empregos.
O Setor Privado Impulsiona a Mudança
Gina McCarthy, ex-administradora da Agência de Proteção Ambiental dos EUA e copresidente da 'America Is All In', ressaltou que, apesar das controvérsias, o setor privado continua investindo e implementando soluções de energia limpa. Ela destacou o crescimento acelerado de empregos em energia limpa nos EUA, superando o crescimento geral da força de trabalho.
Empresas menores, atuando em setores que se beneficiam da transição global para energia de baixo carbono, também marcaram presença na COP30. Brennan Spellacy, presidente-executivo da plataforma de créditos de carbono Patch, enfatizou a importância de conectar-se globalmente e colaborar com líderes de sustentabilidade e organizações da sociedade civil.
O Futuro da Ação Climática
Embora o governo dos EUA possa ter posições divergentes sobre as mudanças climáticas, o mercado e os formuladores de políticas estão reconhecendo a direção da transição energética. A presença e o engajamento das empresas americanas na COP30 sinalizam aos investidores a importância da transição energética em termos de competitividade, inovação, segurança e cadeia de suprimentos.
Maria Mendiluce, presidente-executiva da We Mean Business Coalition, ressaltou o papel decisivo dos EUA nas políticas globais de clima, energia e indústria. A participação de líderes subnacionais, atores não estatais e empresas na COP30 é crucial para moldar o futuro da ação climática e impulsionar a transição para uma economia mais sustentável.