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TCU Critica Ibama: Ministro Acusa Órgão de Obstáculos ao Desenvolvimento

Publicada em: 13-11-2025 Autor: Yuri Kiluanji

Ibama: Um 'Câncer' para o Brasil? Declarações Controvertidas no TCU

O cenário político e ambiental brasileiro foi sacudido por declarações contundentes do ministro Walton Alencar, decano do Tribunal de Contas da União (TCU). Em sessão plenária na última quarta-feira, 12, Alencar afirmou que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estaria se tornando "um câncer para a sociedade brasileira", travando o desenvolvimento da nação.

Críticas Severas e Contexto Ambiental

As críticas do ministro se concentraram na atuação do Ibama, órgão crucial na fiscalização, controle e proteção ambiental do país. Suas responsabilidades incluem o combate ao desmatamento, licenciamento de empreendimentos, controle de atividades predatórias e proteção da fauna e flora. Alencar, em sua fala, questionou severamente a postura do órgão, especialmente em relação a projetos de infraestrutura e exploração de recursos naturais.

Ferrovia Transnordestina e a 'Ação Impeditiva' do Ibama

Um dos pontos centrais da crítica foi a atuação do Ibama em relação à Ferrovia Transnordestina, obra que, segundo Alencar, visa a criação de riquezas. O ministro alegou que o Ibama estaria agindo para impedir o funcionamento da ferrovia, sem apresentar razões plausíveis para tal ação.

Petrobras e a Margem Equatorial: Uma Questão de Licenciamento Ambiental

Outro ponto de tensão levantado por Alencar foi a demora na emissão da licença ambiental para a Petrobras explorar petróleo na Margem Equatorial, região de grande potencial localizada no litoral norte do Brasil. O ministro sugeriu que o Ibama estaria sendo influenciado por organizações não governamentais (ONGs) financiadas por capitais estrangeiros, o que, em sua visão, estaria impedindo o desenvolvimento do país.

"Quando se examina a atuação do Ibama no impedimento da Petrobras, percebe-se que há algo estranho. O órgão foi capturado por ONGs financiadas por capitais estrangeiros [...] Temos um órgão estatal e interesses internacionais impedindo o desenvolvimento do Brasil", declarou Alencar.

Repercussão e Apoio no TCU

As declarações de Alencar tiveram repercussão imediata no TCU. Outros ministros, como Bruno Dantas, Jhonatan de Jesus e Benjamin Zymler, manifestaram concordância com as críticas. Dantas, relator de um processo sobre a licença da Petrobras na Margem Equatorial, afirmou que não arquivará a análise e irá "aprofundar e dissecar o caso" para entender as razões da demora no licenciamento.

Contexto e Desdobramentos Futuros

A Margem Equatorial, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte, abriga cinco bacias sedimentares: Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar. As críticas de Alencar e o apoio de outros ministros no TCU indicam que a atuação do Ibama e as questões ambientais no Brasil estarão em foco nos próximos debates e decisões do tribunal. O caso levanta importantes questões sobre o equilíbrio entre desenvolvimento econômico, proteção ambiental e possíveis influências externas nas políticas públicas.