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Equador Cancela Licença Ambiental de Mineradora Canadense DPM para Projeto de Ouro

Publicada em: 05-10-2025 Autor: Yuri Kiluanji

Equador Revoga Licença Ambiental de Projeto de Mineração de Ouro Loma Larga

QUITO (Reuters) – O Equador tomou uma decisão significativa em relação ao projeto de mineração de ouro Loma Larga, revogando a licença ambiental concedida à empresa canadense DPM Metals. A notícia, divulgada no sábado, marca um revés para o desenvolvimento do projeto em uma área ambientalmente sensível.

Oposição e Preocupações Ambientais

A revogação da licença é resultado da forte oposição de moradores e autoridades da província de Azuay, onde o projeto está localizado. As principais preocupações giram em torno do potencial impacto do projeto na reserva de água de Quimsacocha, uma importante fonte de água para a região. A população local manifestou receios sobre os riscos à saúde que o projeto poderia representar.

O Ministério do Meio Ambiente e Energia do Equador justificou a decisão com base em relatórios técnicos apresentados pelas autoridades locais de Cuenca e Azuay, responsáveis pelos sistemas de água potável e inspeção. O governo reiterou seu compromisso com a proteção dos direitos da natureza, das fontes de água e da saúde da população, seguindo o princípio da precaução.

Impacto e Perspectivas do Projeto

A DPM Metals, que adquiriu o projeto em 2021, ainda não se pronunciou sobre a revogação da licença. O projeto Loma Larga estava previsto para receber investimentos de US$ 419 milhões, com uma produção anual estimada em 200 mil onças de ouro nos primeiros anos de operação.

Em agosto, o governo já havia suspendido as atividades relacionadas ao projeto até que a empresa apresentasse um plano de gestão ambiental. Apesar das promessas da DPM de implementar uma gestão ambiental eficiente e responsável, a crescente oposição local e as preocupações ambientais levaram à decisão de revogar a licença.

Contexto e Desafios da Mineração no Equador

O Equador possui importantes depósitos de ouro e cobre, mas projetos de mineração têm enfrentado obstáculos significativos, incluindo decisões judiciais e a oposição local, resultando em poucas empresas de mineração em operação no país. A Reserva Quimsacocha, que abrange mais de 3.200 hectares e o ecossistema andino “paramo”, é crucial como fonte de água e demonstra a complexidade dos desafios de desenvolvimento no Equador.