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AMBP3 Desaba 20%: Ambipar (AMBP3) Entra em Recuperação Judicial após Revelar Irregularidades

Publicada em: 21-10-2025 Autor: Yuri Kiluanji

Ambipar (AMBP3) Entra com Pedido de Recuperação Judicial Após Descoberta de Irregularidades

A Ambipar (AMBP3), gigante latino-americana em gestão de resíduos e resposta a emergências ambientais, anunciou na madrugada desta segunda-feira que entrou com pedido de recuperação judicial no Rio de Janeiro e nos Estados Unidos. A decisão veio após a descoberta de “irregularidades” em operações financeiras.

Queda Acionária e Pressão do Mercado

As ações da companhia abriram em queda de quase 14% e chegaram a perder mais de 20% do valor, refletindo a pressão do mercado. A Ambipar já havia manifestado em setembro o risco de vencimentos antecipados de dívidas que somavam R$10 bilhões.

Irregularidades e Troca de Comando

A recuperação judicial foi motivada pela descoberta de irregularidades ligadas à “contratação de operações de swap pela diretoria financeira e a renúncia abrupta do antigo diretor financeiro”. A saída de João de Arruda do cargo de diretor financeiro, substituído por Ricardo Garcia, também contribuiu para a instabilidade.

Crise de Confiança e Vencimento Antecipado de Dívidas

A companhia declarou que as irregularidades resultaram em um forte abalo na confiança do mercado, levando a pedidos de antecipação de vencimento de dívidas por parte de alguns credores. Nos EUA, o pedido de recuperação judicial envolve apenas a Ambipar Emergency Response, uma das principais operações do grupo.

Cenário da Empresa

A Ambipar opera duas divisões: uma de resposta, com serviços de emergência e incidentes ambientais; e outra ambiental, baseada em contratos de gestão de longo prazo. Em 2023, 37% da receita líquida da Ambipar veio do Brasil e 48% da América do Norte. A empresa teve um crescimento acelerado nos últimos anos, impulsionado por cerca de 70 aquisições.

A companhia foi precificada em seu IPO em 2020 a cerca de R$25 por ação.

Declarações e Próximos Passos

A Ambipar afirma ter sido “vítima de um ataque orquestrado, capitaneado por short sellers” por meio de aditivos a contratos de swap vinculados à emissão de “green bonds”. A empresa contratou a FTI Consulting para investigação e busca penas e reparações civis. A companhia mencionou a existência de um inquérito criminal para apurar as condutas do antigo diretor financeiro e seus associados.

Este é o segundo caso recente de recuperação judicial envolvendo uma grande empresa que alega irregularidades envolvendo ex-executivos. Em 2023, as Americanas também entraram com pedido similar.