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Lula Indicações no STF e PGR: Senado Avalia e Teste a Influência do Governo

Publicada em: 03-11-2025 Autor: Yuri Kiluanji

Cenário Político em Brasília: Expectativas e Estratégias para a Indicação ao STF

As movimentações nos bastidores da política brasileira estão a todo vapor, especialmente no que diz respeito à substituição de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar da resistência de alguns senadores em relação ao nome preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo mantém a cautela, aguardando a oficialização da indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias.

A Estratégia do Governo

A estratégia do governo parece clara: evitar grandes gestos antes de formalizar a indicação. A expectativa é que Lula tenha uma conversa com o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), visto como um nome forte na Casa. A ideia é que, se Pacheco for convencido a desistir e apoiar Messias, as resistências se dissiparão.

Um petista com trânsito no Senado reconhece que as dificuldades para aprovar Messias serão maiores do que seriam com Pacheco, caso Lula o escolhesse. No entanto, a crença na aprovação de Messias persiste.

Possíveis Cenários e Articulações

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), defensor de Pacheco, não deve iniciar uma batalha contra o Planalto, pois não teria nada a ganhar. A indicação de Messias é esperada para os próximos dias, e ele deve iniciar conversas com senadores assim que for oficializada. A estratégia é buscar apoio de todos os parlamentares, inclusive da oposição. Senadores evangélicos podem ser cruciais para a aprovação.

O Papel do Senado e a Articulação Política

A indefinição sobre a indicação ao STF é acompanhada de perto por Alcolumbre e Pacheco, que defendem que Lula ouça o Senado antes de tomar a decisão final. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), deve liderar a articulação política, coordenando as conversas com as bancadas de centro e oposição.

Wagner ressalta a prerrogativa constitucional do Senado de sabatinar os indicados, garantindo que o conhecimento necessário seja avaliado. Ele cita exemplos de aprovações anteriores, como as de André Mendonça, Kassio Nunes Marques, Cristiano Zanin e Flávio Dino.

Testes de Força e Apoios

A recondução de Paulo Gonet à Procuradoria-Geral da República (PGR) será outro teste de força entre o Planalto e o Senado, com a sabatina marcada para o dia 12. Parte dos parlamentares avalia que o desempenho do governo nessa votação servirá como termômetro político para a indicação ao STF.

Apesar da indefinição, alguns apoios já começam a surgir. O senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) manifestou apoio público a Messias, elogiando seu preparo e equilíbrio. Na oposição, o senador Marcos Rogério (PL-RO) evita antecipar sua posição, mas reconhece que o governo pode enfrentar dificuldades.