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Energia Limpa Cresce Apesar de Obstáculos Políticos: EUA e Além

Publicada em: 03-11-2025 Autor: Yuri Kiluanji

A Nova Onda da Sustentabilidade: Ações Concretas em Vez de Promessas Vagas

As empresas e países estão abandonando a retórica excessiva sobre sustentabilidade e adotando uma abordagem mais pragmática e silenciosa. O foco agora é em ações concretas e resultados tangíveis, mesmo diante da crescente resistência política em algumas nações ocidentais.

Transição Energética em Marcha: Superando Obstáculos

Durante o Fortune Global Forum, em Riad, Arábia Saudita, executivos destacaram que a transição energética continua avançando. A mudança mais significativa é o abandono das promessas vazias de neutralidade de carbono em favor de aplicações práticas de energia limpa, que demonstram viabilidade econômica e geram retorno financeiro.

Jose La Loggia, presidente do grupo Emea da Trane Technologies, enfatizou que o principal obstáculo é o mito de que a sustentabilidade é sinônimo de custos mais altos e perda de empregos. Ele ressalta que os sistemas de cogeração da Trane podem ser até 400% mais eficientes em energia e se pagam rapidamente. "É mais verde, mais barato e melhor para todos", afirmou, adicionando que o maior desafio é a resistência à mudança.

Veículos Elétricos: Foco na Qualidade e Praticidade

Faisal Sultan, presidente da Lucid Motors no Oriente Médio, abordou os desafios enfrentados pela indústria de veículos elétricos, como a perda de incentivos fiscais nos EUA. Ele argumenta que o setor precisa evoluir em áreas como recarga, autonomia e conforto, para que os consumidores escolham carros elétricos pela qualidade, e não apenas por serem ecológicos.

Sultan ressalta a necessidade de políticas governamentais consistentes e de longo prazo, sem mudanças repentinas influenciadas pelo cenário político. "Precisamos de políticas duradouras. A única coisa em que todos devemos concordar é o clima, porque o mundo precisa continuar existindo", afirmou.

O Impacto Econômico das Mudanças Climáticas

Mohammed El Zarkani, coordenador residente das Nações Unidas na Arábia Saudita, destacou o impacto econômico das mudanças climáticas, que custam US$ 900 bilhões por ano à economia global. Ele ressaltou que a degradação do solo, as secas e outros impactos resultam no fechamento de fábricas, interrupção de rotas marítimas, escassez de alimentos e colapso das cadeias de suprimentos.

El Zarkani enfatiza que proteger o meio ambiente é uma questão de bom senso econômico. "Risco ambiental é risco de negócios", afirmou, considerando a resistência política atual como um "revés temporário".

Inteligência Artificial e Eficiência Energética

A crescente preocupação com o boom da inteligência artificial e o consumo de energia dos data centers foi outro ponto abordado. Ao mesmo tempo, softwares controlados por IA têm o potencial de reduzir em mais de 25% o desperdício energético, desde que a tecnologia seja utilizada de forma responsável.

La Loggia concluiu: "Precisamos parar de desperdiçar energia".

Em resumo: A sustentabilidade está evoluindo de promessas para ações concretas e economicamente viáveis. A transição energética, o desenvolvimento de veículos elétricos mais atrativos e o uso eficiente da inteligência artificial são exemplos de como as empresas e os países estão buscando um futuro mais sustentável e resiliente.