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Casas Bahia: Resultados do 3T Mostram Avanços, Mas Desafios Persistem e Ações Desabam
Casas Bahia (BHIA3): Resultados Operacionais Positivos, Mas Alavancagem Ainda Preocupa
O mercado reagiu com cautela aos resultados do Grupo Casas Bahia (BHIA3), refletindo a complexidade da situação da varejista. Apesar de bons resultados operacionais, a alta alavancagem da empresa continua sendo um ponto de atenção.
As ações da Casas Bahia caíram 7,22%, fechando a R$ 3,34, após a divulgação dos resultados. A análise da XP Investimentos destaca o crescimento positivo da receita, impulsionado pelo aumento da receita de serviços e pela melhoria da lucratividade, impulsionada pela alavancagem operacional.
Desempenho Financeiro Detalhado
- Prejuízo Líquido: R$ 496 milhões, aumento de 34,4% em relação ao ano anterior, mas com melhora de 10,6% em relação ao trimestre anterior.
- Ebitda Ajustado: R$ 587 milhões, alta de 19,6% em relação ao mesmo período de 2024, com margem de 8,5%, um aumento anual de 0,8 ponto percentual.
- Despesas Financeiras: Ainda impactam negativamente os resultados, com 92% do fluxo de caixa operacional sendo usado para pagar juros.
A XP Investimentos ressalta que a empresa está no caminho certo em seu plano de transformação, mas mantém recomendação neutra devido à alta alavancagem, que impede a geração de caixa e lucro líquido positivo.
Visão de Outras Instituições
- Genial Investimentos: Enxerga um cenário pragmático, com crescimento no online e bom desempenho no físico, impulsionando o Ebitda. A instituição acredita que o 4T pode ser menos desafiador para a varejista.
- Goldman Sachs: Mantém recomendação de venda, apesar da melhora na rentabilidade no 3T25, com o prejuízo líquido aumentando. O banco observa um desempenho sólido da receita bruta, mas com custos financeiros maiores e deterioração da dinâmica do capital de giro.
Destaques Operacionais
- GMV (Volume Bruto de Mercadorias): R$ 10,49 bilhões, alta de 8,5%, impulsionado pelo marketplace (3P), que subiu 17,7%.
- Online: O 1P (estoque próprio) avançou 9,2% ao ano.
- Take Rate (taxas sobre vendedores em marketplaces): Subiu para 13,2%, reforçando a monetização.
A Genial Investimentos destaca que a parceria com o Mercado Livre (MELI34) ainda não teve impacto total no 3T, mas espera um efeito positivo no 4T, especialmente em novembro. A instituição vê espaço para crescimento no marketplace e mantém a recomendação de manutenção para as ações, com preço-alvo de R$ 4,50.
Em resumo, o desempenho da Casas Bahia apresenta um quadro misto. A empresa mostra avanços na receita e lucratividade, mas a alta alavancagem e as despesas financeiras continuam sendo um desafio. O mercado aguarda os próximos trimestres para avaliar o impacto da parceria com o Mercado Livre e a efetividade das estratégias de recuperação da varejista.