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Brasil Impulsiona Exportação de Armas: Modelo G2G e Expansão do Mercado Bélico

Publicada em: 27-09-2025 Autor: Yuri Kiluanji

Governo Brasileiro Aposta em Negociações G2G para Impulsionar Exportações de Defesa

O governo brasileiro está intensificando seus esforços para fortalecer a indústria nacional de defesa e expandir sua influência diplomática através da implementação do modelo de vendas G2G (Governo para Governo). Essa estratégia visa impulsionar as exportações de produtos de defesa e aumentar a competitividade do Brasil no mercado internacional.

O Que é o Modelo G2G?

No modelo G2G, o governo negocia diretamente com outro país a venda de bens, serviços ou tecnologias. Embora empresas privadas possam estar envolvidas nos contratos, é o Estado que conduz a negociação e atua como garantidor, assegurando a entrega dos produtos. Essa abordagem é considerada estratégica por diversos motivos:

  • Fortalecimento das Relações Diplomáticas: O modelo G2G estreita os laços entre os países, promovendo a cooperação e a confiança mútua.
  • Segurança nas Transações: A participação do governo como representante garante maior segurança nas transações, reduzindo riscos e incertezas.

Potências militares como Estados Unidos e França utilizam amplamente o modelo G2G, demonstrando sua eficácia e importância no cenário internacional. No Brasil, um exemplo notável foi a aquisição dos caças Gripen, fabricados pela sueca Saab, através de um contrato G2G com o governo da Suécia.

Desafios e Soluções

A legislação brasileira atual apresenta algumas limitações para a implementação plena do modelo G2G. A impossibilidade de o governo intermediar vendas de empresas privadas restringe o alcance da iniciativa, especialmente considerando que nem todas as empresas nacionais são estatais.

Para contornar esse obstáculo, as autoridades identificaram uma solução estratégica: a colaboração entre estatais e empresas privadas. Uma estatal pode firmar acordos de colaboração com empresas privadas para representar produtos específicos em negociações internacionais. Essa abordagem permite avançar com as vendas no modelo G2G sem a necessidade imediata de alterações legislativas.

Estatais na Vanguarda

O Ministério da Defesa pretende iniciar a implementação do modelo G2G através de estatais, fortalecendo a integração entre o Estado e o setor privado. Embora uma mudança legislativa futura não esteja descartada, o foco no momento é a utilização das ferramentas existentes.

Recentemente, representantes do governo e de empresas estatais se reuniram para discutir o tema. Entre as empresas participantes estavam:

  • Alada (Empresa de Projetos Aeroespaciais do Brasil): Atua em equipamentos e infraestrutura aeroespacial.
  • Emgepron (Empresa Gerencial de Projetos Navais): Apoia a indústria naval militar.
  • Imbel (Indústria de Material Bélico do Brasil): Responsável por armamentos e produtos de defesa.

Perspectivas Futuras

Com essas iniciativas, o Brasil busca alinhar-se às práticas internacionais e criar condições mais favoráveis para expandir sua presença no mercado global de defesa. A aposta no modelo G2G representa um passo estratégico para fortalecer a indústria nacional, promover a diplomacia e garantir uma posição de destaque no cenário geopolítico.