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Boulos: Eleições 2026 serão sobre economia, não segurança pública

Publicada em: 10-11-2025 Autor: Yuri Kiluanji

Boulos Define Eixos da Eleição de 2026: "Quem Paga a Conta" e Soberania Nacional

O ministro Guilherme Boulos, da Secretaria-Geral da Presidência, delineou os principais temas que guiarão a eleição presidencial de 2026. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Boulos afirmou que a disputa será centrada em dois eixos cruciais: "quem paga a conta" e soberania nacional. Essa estratégia contrasta com a tentativa da oposição de focar na pauta da segurança pública, especialmente após a megaoperação no Rio de Janeiro.

Coordenador informal da campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Boulos destacou que a eleição refletirá um embate entre os interesses da elite econômica e os da população em geral.

Eixos Centrais da Disputa

Boulos enfatizou a questão fiscal como o cerne do debate econômico, acompanhada por uma agenda nacionalista. Ele descreveu o contexto atual como "protecionista e hostil" à América Latina.

"Há uma proposta da direita, endossada pela Faria Lima e por governadores, que diz que o povo deve pagar a conta cortando o BPC, o piso da saúde e da educação. Do outro lado, o presidente Lula e o nosso campo político defendem que quem deve pagar são os bilionários, os bancos e as bets [plataformas de apostas online]", afirmou o ministro.

Soberania Nacional em Jogo

A defesa da soberania nacional é outro pilar fundamental da estratégia do governo. Boulos criticou o que ele considera um "ataque à soberania nacional, até com ameaças militares".

"De um lado, há quem use mandato parlamentar para trair a pátria e governador que se esconde debaixo da saia de Donald Trump. Do outro, há um presidente que defende o Brasil e não aceita ser tratado como colônia ou quintal de ninguém", declarou Boulos.

Visão Geral do Governo

A avaliação de Boulos reforça o discurso de confronto de classes que o governo Lula pretende adotar em 2026. A estratégia visa contrapor a agenda liberal de ajuste fiscal e privatizações à de redistribuição de renda e fortalecimento do Estado.

O governo busca, assim, polarizar a eleição entre a defesa dos interesses da população e a postura da oposição, que, segundo Boulos, favorece os grupos econômicos e ignora as necessidades do povo.