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Temu Desafia Shopee e Shein: Marketplace Busca Vendedores Locais no Brasil

Publicada em: 01-11-2025 Autor: Yuri Kiluanji

Temu Acelera a Disputa no E-commerce Brasileiro: Nova Fase de Expansão e Desafios

A Temu, a plataforma chinesa de e-commerce, sacudiu o mercado brasileiro ao anunciar a abertura de sua plataforma para todos os vendedores locais, sem a necessidade de convites. Essa mudança estratégica intensifica a competição em um setor já aquecido, colocando-a frente a frente com gigantes como Shopee, Shein, Mercado Livre e Amazon.

Um Mercado em Ascensão

O e-commerce brasileiro, que movimentou impressionantes R$ 204,3 bilhões em 2024, projeta um crescimento contínuo, com expectativas de alcançar R$ 234 bilhões em 2025 (dados da Abiacom). O país, com quase três décadas de histórico em compras online, demonstra alta confiança nas transações digitais, impulsionando a demanda por soluções de entrega eficientes.

A Estratégia da Temu: Velocidade e Parcerias

A Temu visa aprimorar sua infraestrutura local para competir em velocidade, prometendo entregas em até dois dias úteis para produtos armazenados no Brasil. Essa estratégia inclui parcerias com empresas brasileiras de ERP, como Olist, Base, Bling e Tray, para otimizar processos como gerenciamento de pedidos e controle de estoque.

Competição no Frete e Expansão da Base de Vendedores

A busca por mais vendedores locais reflete a importância da capacidade de entrega em um mercado competitivo. A ampliação da base de sellers permite que as plataformas alcancem mais clientes em menos tempo, oferecendo entregas mais rápidas e custos de frete reduzidos.

Roberto Wajnsztok, da Gouvêa Consulting, destaca que a abrangência de vendedores é crucial para oferecer uma ampla variedade de produtos e preços competitivos, dois pilares essenciais para o sucesso no e-commerce.

Panorama dos Concorrentes

A Shopee, líder no mercado, conta com mais de 3 milhões de vendedores locais, respondendo por mais de 90% das vendas no país. Seu foco é a fidelização dos vendedores, com 30% dos entrevistados afirmando que a plataforma foi sua primeira experiência de venda online.

A Shein, com mais de 30 mil vendedores, planeja expandir sua oferta para incluir livros e alimentos em 2025. A plataforma atrai vendedores com isenção de comissão nos primeiros 30 dias e expansão geográfica focada em polos importantes de confecção.

O AliExpress, por sua vez, registrou um crescimento na base de vendedores nacionais desde 2022, impulsionado por melhorias logísticas e a entrada de grandes marcas. A plataforma oferece comissões competitivas, logística própria e ferramentas de tráfego, além de destacar a complementaridade entre vendedores locais e internacionais.

Mercado Livre e Amazon, embora não tenham se pronunciado, representam forças consolidadas no mercado, com foco em diferentes nichos e estratégias de atuação.

Desafios e Oportunidades

Apesar do crescimento, o e-commerce ainda representa uma porcentagem relativamente baixa do varejo nacional, com grande concentração no Sudeste. As plataformas se segmentam em diferentes classes sociais, oferecendo oportunidades para diversos tipos de vendedores.

A consolidação do e-commerce no Brasil apresenta desafios e oportunidades para todos os players. A capacidade de oferecer entrega rápida, preços competitivos e uma ampla variedade de produtos será fundamental para o sucesso neste mercado em constante evolução.