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Ouro em Bolha? Ex-Citi e Banco da Inglaterra Preveem Queda e Recomendam Venda por BCs

Publicada em: 12-10-2025 Autor: Yuri Kiluanji

Willem Buiter Propõe Venda de Ouro por Bancos Centrais: Uma 'Bolha de 6 Mil Anos'

Em um artigo publicado no Financial Times na última sexta-feira (10), o ex-economista-chefe global do Citigroup e ex-integrante do Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra, Willem Buiter, causou polêmica ao defender que os bancos centrais deveriam vender suas reservas de ouro. Sua principal argumentação é que o metal precioso representa uma “bolha de 6 mil anos” sem valor intrínseco significativo.

Ouro: Uma Valorização Irracional?

Buiter observa que o preço do ouro, que ultrapassou US$ 4.000 a onça após um aumento de mais de 50% no ano, reflete uma valorização irracional. Ele critica a crença de que o ouro é um ativo de reserva de valor, chamando aqueles que mantêm essa visão de “prisioneiros da história”. Para ele, a utilidade econômica do metal é limitada.

“O mundo é um prisioneiro inconsciente da história quando trata o ouro como reserva de valor”, escreveu Buiter. Ele argumenta que nenhum banco central deveria investir em um ativo físico com “valor intrínseco desprezível e risco elevado”.

Ouro vs. Bitcoin: Semelhanças e Diferenças

Buiter traça um paralelo entre o comportamento do ouro e o do Bitcoin (BTC), destacando que ambos se valorizam com base na percepção do mercado. No entanto, ele ressalta que o ouro é menos útil como meio de pagamento do que criptomoedas ou moedas digitais emitidas por bancos centrais.

Desperdício de Recursos na Produção

O ex-economista do Citi também critica o custo de produção do ouro, considerando-o um desperdício de recursos. Ele cita dados do World Gold Council que indicam um custo total de extração de aproximadamente US$ 1.500 por onça, enquanto cerca de 5 mil toneladas são produzidas anualmente.

Reservas de Ouro em Crescimento

O artigo destaca que os bancos centrais têm aumentado suas reservas de ouro em mais de 1.000 toneladas por ano desde 2022. No final de 2024, o ouro representava cerca de 20% das reservas globais dessas instituições, um aumento significativo em relação à fatia em euros, estimada em 16%.

Conclusão: Hora de Vender?

Buiter conclui que não há justificativa econômica para manter o ouro como um pilar das reservas oficiais. Ele sugere que “os bancos centrais deveriam vender o máximo possível a investidores privados dispostos a correr o risco de perder tudo”. A proposta reacende o debate sobre o papel do ouro na economia global e a sua relevância em um mundo em constante transformação financeira.