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Operação no Rio: Governo Confirma 99 Mortes, 42 Alvos de Mandados de Prisão

Publicada em: 31-10-2025 Autor: Yuri Kiluanji

Megaoperação no Rio de Janeiro: Governo identifica 99 dos 117 suspeitos mortos

Em uma coletiva de imprensa realizada na última sexta-feira (31), o secretário da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, Felipe Curi, divulgou informações detalhadas sobre a megaoperação policial que resultou na morte de 117 suspeitos. A ação, considerada a mais letal da história do Brasil, gerou grande repercussão e debate sobre a segurança pública no estado.

Identificação dos Suspeitos e Histórico Criminal

De acordo com Curi, 99 dos 117 suspeitos mortos foram identificados. Dentre eles, 42 possuíam mandados de prisão em aberto. O secretário também informou que 78 dos mortos tinham um “relevante histórico criminal”, com envolvimento em crimes como tráfico de drogas, roubo e assassinato. Desses, 40 eram de outros estados, incluindo Pará, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Espírito Santo, Paraíba e Mato Grosso.

Impacto da Operação e Reações

A operação, realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, tinha como alvo a facção criminosa Comando Vermelho. Além dos suspeitos mortos, quatro policiais também perderam a vida na ação. Apesar da violência, turistas argentinos mantiveram suas viagens à cidade, embora admitam medo e tenham cancelado parte de seus roteiros.

O governador Cláudio Castro (PL) defendeu a operação, classificando-a como um “sucesso”. No entanto, o elevado número de mortes tem gerado críticas, e o principal alvo da operação, Edgar Alves de Andrade, o Doca, líder do Comando Vermelho fora da prisão, continua foragido.

Posicionamento da Polícia Civil e Críticas à Legislação

Felipe Curi ressaltou que restrições impostas à atuação policial, como as decorrentes da ADPF das favelas, atraíram criminosos de outros estados para o Rio de Janeiro. Ele defendeu mudanças na legislação para endurecer o combate às facções criminosas, chamando os criminosos de “narcoterroristas”.

A Operação Contenção e o Comando Vermelho

Curi afirmou que a Operação Contenção é contínua e que a ação de terça-feira foi apenas mais uma fase. Segundo o governo estadual, 10 toneladas de drogas chegam mensalmente aos complexos controlados pelo Comando Vermelho, e entre 50 e 70 fuzis são negociados no período.

Na ação, 113 pessoas foram presas, incluindo 33 de outros estados e 10 menores de idade apreendidos. O secretário afirmou que a prisão de Doca é “questão de tempo”.

Denúncias do Ministério Público e a Estrutura do Comando Vermelho

A denúncia do Ministério Público estadual, que embasou a operação, revela que o Comando Vermelho consolidou uma estrutura de comando militarizada no Complexo da Penha. A facção utiliza drones para monitorar ações policiais, ordena execuções de rivais e utiliza armamento de guerra para controlar e expandir o tráfico de drogas.

O MP fluminense denunciou 68 pessoas por ligações com a facção, com base em interceptações de conversas de WhatsApp de lideranças do Comando Vermelho. Em uma das conversas, suspeitos discutiam a compra de drones noturnos para monitoramento.

A operação, deflagrada cinco meses após a denúncia do MP, resultou em confrontos, com policiais sendo alvejados por granadas lançadas por drones.