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Metanol em Bebidas Adulteradas: Suspeita de Compra em Postos de Gasolina
Venda de Bebidas Adulteradas: Secretário Aponta Possível Relação com Etanol Adulterado
Em meio à crescente preocupação com os casos de intoxicação por bebidas alcoólicas contaminadas com metanol, o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, trouxe à tona uma possível ligação entre a adulteração e a compra de etanol em postos de gasolina.
Suspeita de Origem Comum
Derrite afirmou, em pronunciamento na sexta-feira, 10, que a alta concentração de metanol nas bebidas (36%, ultrapassando 40% em alguns casos) pode indicar que os criminosos adquiriram o etanol adulterado no mesmo posto de gasolina ou na mesma rede. "Essa concentração é muito alta. Pode ser que tenham adquirido no mesmo posto ou na mesma rede", declarou o secretário.
Ainda não há evidências concretas da capilaridade da distribuição da bebida adulterada, mas a investigação está em andamento para determinar a origem do produto.
Adulteração por Engano?
O secretário também levantou a hipótese de que a adulteração possa ter ocorrido por engano dos falsificadores, que talvez não tivessem conhecimento da alta concentração de metanol no etanol adquirido para a adulteração. Derrite ressaltou, contudo, que essa é apenas uma possibilidade e não uma tentativa de absolver os envolvidos.
Operação Policial e Prisões
A Polícia Civil de São Paulo, em operação realizada no ABC paulista, localizou uma fábrica clandestina que distribuía bebidas adulteradas. Este local está diretamente ligado à primeira morte por intoxicação por metanol no Brasil. Uma pessoa foi presa em São Bernardo do Campo, e a polícia apreendeu garrafas, bebidas, celulares e outros itens para análise.
De acordo com as investigações, a fábrica utilizava etanol de postos de combustíveis na fabricação irregular das bebidas. Outros endereços em São Caetano do Sul e na capital paulista também foram vistoriados, e oito suspeitos foram encaminhados à delegacia para prestar esclarecimentos.
Balanço dos Casos de Intoxicação
Segundo dados do Ministério da Saúde, o número de pessoas intoxicadas por metanol no Brasil chegou a 24, com casos confirmados em São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Outras 235 ocorrências estão sob investigação, a maioria concentrada em São Paulo. A situação acende um alerta e intensifica a necessidade de investigação e punição dos responsáveis.
Contexto Adicional
- Pesquisa Quaest: Revela que a maioria dos brasileiros culpa facções pela adulteração das bebidas.
- Análise Goldman Sachs: Alerta sobre a crise do metanol e o impacto nas vendas da Ambev.