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Isenção do IR: Lira aprova emendas e projeto sofre mudanças; Confira os detalhes

Publicada em: 02-10-2025 Autor: Yuri Kiluanji

Isenção do Imposto de Renda: Projeto com Novas Alterações e Votação no Plenário

O projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), abrangendo rendimentos de até R$ 5.000 mensais, está prestes a ser votado no plenário da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (1º). O relator do projeto, deputado Arthur Lira (PP-AL), acatou 3 das 99 emendas apresentadas, demonstrando um esforço para conciliar diferentes interesses.

Este projeto é considerado uma das principais prioridades econômicas do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e sua aprovação é vista como um passo importante para aliviar a carga tributária sobre a população. O projeto original, que prevê isenção para rendimentos até R$ 5 mil, tem gerado debates e negociações no Congresso, especialmente em relação às formas de compensação das perdas de arrecadação.

Principais Pontos do Projeto e as Alterações

Arthur Lira manteve o cerne da proposta, que inclui:

  • Isenção para rendimentos até R$ 5.000
  • Desconto parcial para rendimentos até R$ 7.350
  • Alíquota de 10% sobre dividendos acima de R$ 50 mil

Além disso, foram promovidos ajustes em pontos sensíveis:

  • Compensação a estados e municípios: O excedente da arrecadação federal pode ser usado para reduzir a alíquota da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e para repasses trimestrais.
  • Titulares de cartórios: Os repasses obrigatórios sobre emolumentos foram retirados da base de cálculo da tributação mínima do IR.
  • Lucros e dividendos: Cria retenção de 10% na fonte para valores acima de R$ 50 mil mensais, mas estabelece um redutor para evitar bitributação. Dividendos apurados em 2025 estarão isentos, mesmo que pagos até 2028.
  • Fundos de investimento: Rendimentos de FIP-IE (Fundos de Investimento em Participações em Infraestrutura) ficam fora do imposto mínimo, com incidência progressiva sobre altas rendas (até 10% para ganhos acima de R$ 1,2 milhão anuais).

O relator também já havia excluído da base de cálculo do imposto mínimo LCI, LCA, CRI e CRA, mantendo as isenções tradicionais do mercado de crédito.

Ajuste no Prouni

Outra questão importante foi a negociação com o Ministério da Fazenda e a Receita Federal sobre o Prouni (Programa Universidade para Todos). O texto final estabeleceu que, se a instituição já atingir a alíquota de 34% com bolsas, não será cobrada adicionalmente; caso contrário, pagará apenas a diferença.

Resistência da Oposição

Apesar dos avanços, a compensação fiscal ainda é o principal ponto de impasse. A oposição critica a possibilidade de taxação de grandes fortunas e tenta desgastar politicamente o governo. O líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), apresentou emendas, incluindo uma para vetar totalmente a medida e outra para elevar a faixa de isenção para R$ 10 mil, considerada economicamente inviável.

Segundo Arthur Lira, foram rejeitadas todas as emendas sem previsão de receita ou despesa e as avaliadas como inconstitucionais. A votação no plenário definirá o futuro desta importante medida para os contribuintes brasileiros.