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Fábrica em SP Investigada: Polícia Apura Distribuição de Bebidas com Metanol
Fábrica Clandestina de Bebidas Adulteradas com Metanol é Descoberta em São Paulo
A Polícia Civil de São Paulo desmantelou uma fábrica clandestina de bebidas alcoólicas, um marco na investigação que apura casos de intoxicação por metanol, que já resultaram em mortes no estado. A operação, realizada nesta sexta-feira, 10, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, foi um desdobramento da investigação sobre duas mortes ligadas ao consumo de bebidas adulteradas.
Vítimas e Investigação
As mortes de Ricardo Lopes, 54 anos, e Marcos Antônio Jorge Júnior, 46 anos, foram o ponto de partida para a investigação. As vítimas consumiram as bebidas no Bar Torres, localizado na Mooca, zona leste de São Paulo, que já foi interditado pela Vigilância Sanitária.
Ao analisar o bar, a polícia apreendeu nove garrafas, das quais oito continham metanol em concentrações elevadas, variando de 14,6% a 45,1%. O proprietário do bar confessou ter adquirido as garrafas de uma distribuidora ilegal que utilizava etanol de postos de combustível para adulterar as bebidas. Contudo, o etanol adquirido estava contaminado com metanol, substância altamente tóxica.
Declarações das Autoridades
O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, destacou a importância da descoberta: "Os casos que vieram à tona apresentam alta concentração de metanol, encontrados nesse etanol de um posto de combustível, que foi utilizado para adulteração da bebida. A nossa linha de investigação é essa". Derrite também ressaltou que o "falsificador foi no posto comprar etanol para falsificar a bebida e o dono do posto vendeu etanol falsificado com metanol".
Situação em São Paulo e Medidas Tomadas
São Paulo é o estado com o maior número de notificações de intoxicação por metanol no Brasil, com 25 casos confirmados e 160 suspeitos. Todas as cinco mortes confirmadas no país até o momento foram registradas em território paulista.
Em resposta, a Polícia Civil e o governo estadual, em colaboração com órgãos municipais, estão conduzindo uma força-tarefa para combater a adulteração de bebidas. Distribuidoras, mercados e adegas estão sendo interditados na região metropolitana de São Paulo, e 24 pessoas foram presas desde 29 de setembro, suspeitas de envolvimento em fraudes.
Para Derrite, a descoberta da fábrica clandestina é a "maior resposta" da força-tarefa. O próximo passo da investigação, segundo o secretário, são os postos de combustível onde o etanol contaminado foi adquirido.
Com informações da colaboração de Gonçalo Junior.