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Dólar Dispara: Incerteza Fiscal, Crise Global e Eleições Agitam o Mercado
Dólar em Alta: Desconfiança Fiscal, Eleições de 2026 e Tensões Globais Pressionam o Câmbio
Após semanas de consolidação, o dólar rompeu uma importante faixa técnica, retomando sua trajetória de alta. A movimentação reflete um cenário complexo, marcado por incertezas fiscais no Brasil, a proximidade das eleições de 2026 e tensões no cenário internacional. A análise é do economista e influenciador da Clear corretora, Rafael Perretti, em entrevista ao InfoMoney.
Desconfiança Fiscal e o Impacto da MP 1303
A derrubada da MP 1303, que visava aumentar a arrecadação federal, reacendeu o debate sobre o equilíbrio das contas públicas. Perretti destaca que o fracasso da medida, que incluía a taxação de aplicações financeiras e dividendos, gerou instabilidade e dúvidas sobre a capacidade do governo em cumprir suas metas fiscais, especialmente em um ano pré-eleitoral.
“Esses fatos fizeram com que o dólar subisse nesses últimos dias, principalmente quinta (09) e sexta-feira (10). A gente passa por um momento mais delicado em relação ao nosso fiscal”, afirmou Perretti.
Eleições de 2026 no Radar do Mercado
O cenário político também exerce forte influência sobre o câmbio. Com as eleições presidenciais de 2026 se aproximando, o mercado acompanha de perto a dinâmica política. Perretti ressalta que governos com baixa aprovação tendem a enfrentar dificuldades nas urnas.
“Falta um ano para a disputa eleitoral do ano que vem e está muito acirrada. Hoje o Lula tem 49% de reprovação e 48% de aprovação, o que deixa ele exatamente no zero a zero. O que sinaliza que a eleição do ano que vem vai ser muito volátil”, observa.
O especialista ainda alerta para a possibilidade de novas medidas populistas, que poderiam agravar a situação fiscal.
Guerra Comercial EUA-China e Seus Impactos
No cenário internacional, a escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China, com a recente imposição de tarifas por Donald Trump, adiciona mais incertezas ao mercado. Perretti aponta para o risco de estagflação global, com aumento da inflação e desaceleração econômica.
“Com as tarifas implementadas, a gente tem a perspectiva de aumento dos preços. Então causa inflação e causa uma queda na atividade econômica. A gente pode ter aí o pior cenário, de estagflação, caso isso permaneça no longo prazo”, alerta.
Apesar do dólar ser tradicionalmente visto como um refúgio em momentos de aversão ao risco, o envolvimento direto dos EUA na guerra comercial pode mudar essa dinâmica. O especialista pondera que o dólar pode se depreciar, caso as consequências econômicas da medida, como queda na atividade e pressão inflacionária, afetem a economia americana.
Análise Técnica: Dólar Rompe Resistência
Do ponto de vista técnico, o dólar rompeu uma resistência importante, impulsionado pelos fatores macroeconômicos e políticos mencionados. Perretti explica que, após um período de consolidação, o rompimento da resistência em 5.420 pontos acelerou a alta da moeda.
“Pela análise técnica, a gente teve um rompimento de uma resistência de uma acumulação pautada em cima da incerteza sobre o equilíbrio das contas públicas, eleição de 2026 e cenário externo”, explica.
Este artigo é um resumo da análise de Rafael Perretti, economista da Clear corretora, sobre o cenário do dólar. Para mais informações sobre análise técnica e os minicontratos de dólar e índice, confira os conteúdos do IM Trader e do InfoMoney.