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Cerveja nos Estádios: Faturamento dos Clubes de Futebol Pode Crescer 30%
A eventual volta da cerveja aos estádios paulistas pode representar uma verdadeira revolução no matchday, o dia de jogo e as receitas geradas neste período. Estimativas do setor apontam um potencial aumento de 30% no faturamento dos clubes com a liberação da comercialização de bebidas alcoólicas.
Impacto Financeiro e Estratégico
A medida não apenas impulsionaria as vendas diretas nas arquibancadas e camarotes (tradicionalmente com pacotes de alimentação e bebidas), mas também incentivaria os torcedores a chegarem mais cedo e permanecerem por mais tempo nos estádios, gerando mais oportunidades de receita.
Avanço na Assembleia Legislativa
A audiência pública realizada pela Comissão de Assuntos Desportivos da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) marcou um avanço significativo na discussão sobre o tema. O projeto, de autoria dos deputados Delegado Olim, Itamar Borges, Dani Alonso e Carlão Pignatari, propõe a liberação de bebidas com teor alcoólico de até 15%.
Apoio e Expectativas dos Clubes
Os clubes paulistas, que celebram a possível revogação da proibição vigente desde 1996 (após incidentes de violência no Pacaembu), vislumbram a recuperação de uma importante fonte de renda, a quebra do monopólio dos ambulantes e o fortalecimento de contratos de patrocínio com grandes marcas do setor.
Declarações e Perspectivas
Marcelo Teixeira, presidente do Santos, ressaltou a importância da medida para fortalecer as relações com patrocinadores e criar uma nova fonte de receita, atualmente nas mãos do comércio informal. Adalberto Baptista, gestor da Botafogo SA, previu um aumento do tíquete médio e o favorecimento dos espaços premium. O executivo jurídico do Palmeiras, André Sica, argumentou que a liberação pode aumentar a segurança, ao contrário do que muitos imaginam. Vinicius Azevedo, diretor de marketing do Corinthians, destacou que a administração da venda pelos clubes permitiria maior controle de qualidade e quantidade, com o uso de tecnologias. Wagner Ripper, conselheiro jurídico do São Paulo, criticou a defasagem paulista em relação a outros estados.
Apoio e impacto no setor
A Federação Paulista de Futebol (FPF) e empresas que atuam nos estádios também apoiam a iniciativa. Léo Rizzo, CEO da Soccer Hospitality, ressaltou a importância da medida para a rentabilização dos eventos esportivos. Especialistas preveem não só um reforço financeiro, mas também a criação de empregos na operação de bares, caixas e serviços de hospitalidade.
Considerações Jurídicas
A legislação nacional não proíbe a venda de bebidas alcoólicas nos estádios, deixando a decisão para os estados. Atualmente, apenas São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás e Alagoas mantêm restrições. O advogado Bernardo Cavalcanti Freire classificou a situação como incoerente, ferindo princípios como igualdade e liberdade econômica, ao proibir a venda de álcool apenas no futebol.