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Bancos em Crise no Brasil: Os Maiores Escândalos e Falências do Sistema Financeiro

Publicada em: 18-11-2025 Autor: Yuri Kiluanji

Falências Bancárias no Brasil: Um Histórico de Crises e Lições

A falência de um banco transcende o âmbito contábil, reverberando na confiança pública e na estabilidade financeira. O recente anúncio da liquidação do Banco Master pelo Banco Central reacende o debate sobre a solidez do sistema financeiro brasileiro e a importância da gestão prudente.

Ao longo das últimas décadas, o Brasil testemunhou uma série de colapsos bancários que moldaram a atuação do Banco Central e impulsionaram a criação do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Vamos relembrar alguns dos episódios mais emblemáticos:

Casos Emblemáticos de Falências Bancárias no Brasil

Banco Nacional (1995): O Colapso que Mudou a Regulação

Fundado nos anos 1940, o Banco Nacional chegou a ser um dos maiores bancos privados do país. Seu colapso em 1995, após a descoberta de 652 contas fictícias e um rombo de R$ 8 bilhões, expôs a gravidade das fraudes contábeis. O impacto foi tamanho que acelerou a criação do Proer e fortaleceu o FGC, crucial para proteger correntistas e investidores.

Banco Econômico (1995): O Maior Rombo da História

O Banco Econômico, o banco privado mais antigo do país, enfrentou uma crise profunda após o Plano Real. A intervenção do BC revelou um rombo de R$ 15,8 bilhões. A tentativa de resgate fracassou, levando à liquidação da instituição.

Bamerindus (1997): Do Auge à Queda

O Bamerindus, com forte presença nos anos 70 e 80, foi afetado pela estabilização econômica pós-Plano Real. A intervenção do Banco Central e a incorporação de parte dos ativos pelo HSBC resultaram em um prejuízo estimado em mais de R$ 5 bilhões. O FGC precisou desembolsar mais de R$ 3,7 bilhões para garantir os depósitos.

Banco Santos (2005): Maquiagem Contábil e Intervenção Federal

Controlado por Edemar Cid Ferreira, o Banco Santos foi alvo de intervenção do Banco Central em 2004, devido a patrimônio líquido negativo e descumprimento de regras. Sua falência foi decretada em 2005.

Cruzeiro do Sul (2012): Fraudes e Liquidação Extrajudicial

A descoberta de manipulações contábeis e descumprimento de normas regulatórias levou à liquidação do Banco Cruzeiro do Sul, com um rombo de mais de R$ 2,2 bilhões.

Banco BVA (2013): Promessas de Rentabilidade e Prejuízo

O Banco BVA, focado em crédito corporativo, entrou em colapso após irregularidades contábeis e má gestão de riscos. O FGC pagou cerca de R$ 1,2 bilhão a investidores, gerando disputas judiciais sobre o valor da garantia.

PortoCred e BRK Financeira (2023–2025): Um Alerta Contemporâneo

A falência da PortoCred e da BRK Financeira reacendeu o debate sobre a solidez das instituições de menor porte. Ambas operavam com CDBs de alto rendimento, garantidos pelo FGC. A PortoCred foi liquidada em fevereiro de 2023, e a BRK Financeira em julho de 2025, reforçando a importância da regulação sobre produtos de risco e transparência nos investimentos.

Esses casos servem como lições importantes para o sistema financeiro, ressaltando a importância da gestão prudente, da fiscalização rigorosa e da proteção dos investidores. A atuação do Banco Central e do FGC é fundamental para mitigar os impactos das falências bancárias e preservar a confiança no sistema financeiro.